O que você faria se invadissem suas terras e começassem a colonizar? Não faria nada ou iria resistir e lutar?
Caros leitores, jamais imaginei que jogaria um sistema de rpg onde interpretaria calangos. É sério! Já joguei interpretando um ratinho, e então recebo a notícia de um RPG de calangos, com toda certeza eu precisava jogar, ainda mais se tratando de um sistema nacional e totalmente familiarizado com a nossa linguagem.
Minha cidade é um lugar onde possui muitos calangos que perambulam pelos quintais e confesso que, toda vez que eu os via já imaginava como mini guerreirinhos, magos ou até mesmo ladinos. Mas não ri da minha cara, talvez eu não seja a única que viaja nessas ideias. O Resistência Glorqui, realizado pela editora de RPG Jotun Raivoso, foi bem sucedido e financiado dia 29 de outubro de 2020 e tive a honra de jogar com os criadores do sistema: Wesley Alves como mestre e na montagem de ficha : Marcus Baikal.
Não perdi a oportunidade de estar presente em uma entrevista de podcast na Guilda dos Exploradores, com os dois autores, para saber um pouco mais a respeito do sistema. A inspiração para a criação, nasceu da observação das crianças rpgistas, elas entram em uma imersão tão grande, interpretando seus personagens, que acabam não conseguindo separar o jogo de rpg da nossa realidade. Sou suspeita de falar que, quando eu era novata nesse mundo, eu também não fazia diferenciação, então o que afetava no meu personagem, acabava levando pra vida pessoal, então ficava mal de verdade. Claro que isso não deve acontecer, um jogo é um jogo, e ele precisa ser divertido dentro e ter boas lembranças fora. Mas queria saber se já aconteceu de você acabar misturando o jogo com a vida real, tem vezes que acontece né? E para que isso pudesse ser evitado, eles criaram um cenário bem diferente da nossa realidade.
Cenário
Um mundo redondo semelhante ao nosso, chamado de Tchuruba, porém, totalmente lamacento, às vezes entrecortado por rios, com lagos, montanhas e a maior parte preenchido por pântanos, nada de tecnologias avançadas, apenas o necessário. E se tem alguma máquina é porque os zomi trouxeram. Os glorquis fazem apenas o necessário para viver, são bem tranquilos. Também tem a capital, chamado de Ponto Zero, é o centro econômico e político, apenas para os zumanos, já que eles pousaram lá pela primeira vez e começaram seus planos de conquistar Tchuruba. Nessa capital, é mais comum encontrar mais zomi do que glórquis.
Mas se fosse pra descrever o cenário inteiro desse sistema, não caberia aqui em poucas páginas, de tão rico em detalhes que ele é. Então pra quem gosta de exploração, iria adorar.

Aqui você será um lagarto-humano que luta contra um império invasor para defender sua terra, chamada de Tchuruba. O que você faria se os zomis, assim chamados os invasores, surgissem com um foguete e decidissem colonizar seu lar só por achar que você é um ser incapaz de pensar ou inteligente. É, parece tão familiar essa história não é? Neste cenário, parte dos calangos acabam ficando em sua zona de conforto e fazem serviços, e mão de obra barata para eles. Enquanto outros se rebelam contra essa injustiça e criam uma resistência, para lutar por suas terras. De qual lado você ficaria?

Se a ideia já te conquistou, agora imagina na criação dos personagens: totalmente customizáveis. Gosto de ser única nas aventuras, me sentir especial, diferente, e neste sistema os personagens são bastante diversificados, então é bem difícil ter dois calangos iguais. Os glorquis são adaptáveis, versáteis, se adaptam em qualquer lugar de Tchuruba e usam os recursos da natureza para viver, se tem barbatanas ele vai nadar, se tem presas venenosas pode ser um bom caçador. Você pode ter asas, cauda, patas pegajosas, membranas aquáticas ou até mesmo cuspir fogo! No meu caso, eu tinha uma boca de lampreia, não pesquisem, é muito feio, mas eu era uma calanga bem fofa e ágil. É muita variedade, e criar o personagem é uma das minhas partes favoritas do RPG, a sua também? As possibilidades de glorquis aqui são imensas.
Não é apenas isso não, aqui rola muita festa, comida e bebida. Os glorquis são muito amigáveis e arrumam qualquer desculpa para planejar um rolê bacana, tédio não existe no vocabulário deles. Minha experiência jogando esse sistema foi bem divertida, e sendo sincera o que mais gosto nesse sistema são os nomes e títulos de linguagem totalmente brasileiro, sabe aquele sentimento de se sentir representado? Exatamente. Se está procurando um sistema nacional, com um cenário bem trabalhado, cheios de detalhes, fica aqui a minha recomendação de Resistência Glórqui.
Patas e caudas. Avante!

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