Olá galera, tudo em cima?
Vocês já devem ter lido a parte 1 dessa saga, onde eu falo o que é uma Proposta de Mesa e como usar ela para configurar e direcionar todos os jogadores para o conceito inicial da campanha/aventura.
Caso ainda não tenham lido, só clicar aqui e dar uma espiada.
Hoje vou falar sobre o Ciclo de Relações.
O que é esse ciclo de relações?
Todo mundo que você conhece tem relação com você, certo? Não é diferente com os personagens de um mundo de ficção. E a a mais importante entre todas as relações possíveis, são as dos jogadores.
O que eu vou apresentar aqui é um método pré-jogo que vai ajudar jogadores e mestres a começarem a mesa sem surpresas em como conduzir os personagens - o famoso "o que meu personagem faria?".
E é bem simples: Cada jogador combina com um outro se eles tem alguma relação. Jogador A combina com Jogador B, Jogador B combina com Jogador C e assim por diante... Até o último jogador combinar com o primeiro. Assim fecha o ciclo de relações onde os personagens estão interligados de alguma maneira, nem que seja por 2 ou 3 personas de distância.
Tipos de relações
Quando está definido quem esta se relacionando, precisamos decidir que tipo de relação é essa. E pode ser qualquer uma... amigos de infância, irmãos, pais, filhos, rivais, concorrentes, trabalhavam juntos, formados na mesma escola, ordenados na mesma igreja, etc.
Perceba que não é necessário esse relacionamento ser positivo. Pode ser que o outro personagem tenha traído o seu e existe uma certa mágoa. Mas as circunstâncias acabaram juntando-os de novo. E agora devem lidar um como outro. Esse é um ótimo ponto de partida para as interpretações sociais dos personagens. E o melhor é que eles podem romper essas barreiras iniciais e criar novos relacionamentos.
Se estiver na dúvida, vamos jogar para o destino. Fiz essa tabela abaixo com os tipos mais comuns de relações. Só jogar 2d6 e consultar nela. Lembrando que algumas abrem espaço para serem positivas ou negativas, basta decidir isso com o outro jogador.
2d6 | Relação |
2 | Amigos de Infância |
3 | Conjuges |
4 | Rivais |
5 | Parentes |
6 | Mesma Cidade Natal |
7 | Mesmo Mestre / Professor |
8 | Colegas de Trabalho |
9 | Ex-Namorado(a) |
10 | Patrão / Empregado |
11 | Dívida |
12 | Concorrentes |
O lobo solitário
Para quem não percebeu ainda, isso evita o clichê do lobo solitário. Sabe aquele personagem que simplesmente esta lá na taverna, encapuzado, bebendo sua cerveja e quando surge um evento ele se pergunta "e eu me importo com isso?" e simplesmente não toma nenhuma atitude fazendo qualquer mestre bufar de frustração? Esse é o tal lobo solitário.
Esse tipo de personagem é muito comum em várias referencias e ele parece maneirão, resolvendo tudo sozinho. Mas o problema é que o lobo solitário TAMBÉM tem um problema de ego, já que se imagina que as coisas aconteçam em volta do seu background para que ele se importe.
E ninguém está jogando sozinho. É um grupo com tomadas de decisões coletivas e isso tem que ser levado em conta. Você pode sim fazer um personagem "dark trevoso" que fica na dele a maior parte do tempo, mas com pelo menos um personagem jogador se relacionando com ele, já dá um ponto de partida para decisões coletivas e interações sociais.
É isso galera, espero que tenham gostado e a gente se vê na parte 3. Aproveitem bem e lembre-se que é SÓ UM JOGO. Não leva pro coração essas relações.
Os personagens podem ter diferentes relações, mas os jogadores são amigos!
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